A visita do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e de outros ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em São Paulo, irritou membros da bancada ruralista na Câmara dos Deputados. Ao mesmo tempo, os parlamentares pressionam pela instalação da CPI do MST, que vai investigar as recentes invasões de terra no chamado “Abril Vermelho”.
O vice-presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) na Câmara, deputado Evair de Melo (PP-ES), afirmou que o governo Lula deixa claro que não está do lado dos produtores rurais e donos de propriedades privadas. Para o parlamentar, as pontes com o agro foram arrancadas pelos governistas.
“Ao frequentar eventos e tirar fotos com líderes do movimento terrorista, MST, os membros do Governo Lula deixam bem claro de que lado estão. E não é ao lado dos produtores rurais e donos de propriedades privadas. É do lado do caos e das invasões de terra, que vêm aterrorizando todo o Brasil”, disse.
O evento foi visitado por Alckmin, pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, virou garoto-propaganda de um pacote de fubá produzido pelo MST.
Agronegócio
O agronegócio e o governo Lula têm acumulado desentendimentos nas últimas semanas. O presidente e outros membros da sua gestão teceram críticas ao setor em relação, por exemplo, à feira da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), o maior evento da área na América Latina. Na quinta-feira (11/5), Lula chamou os organizadores da feira de “fascistas e negacionistas”, por ‘desconvidarem’ o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em favor da presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A presença do MST no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), conhecido como Conselhão, também foi alvo de ataques dos ruralistas. Por outro lado, o governo mantém uma aproximação com o movimento dos Sem Terra, considerado aliado histórico de Lula.