Nesta quarta-feira (17/5), quando se comemora o Dia Internacional da Luta Contra a LGBTfobia, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) postou uma fala transfóbica em sua conta do Twitter. “O Brasil é uma democracia trans. Se sente democracia, mas é ditadura”, escreveu o parlamentar.
Nikolas Ferreira ganhou notoriedade nos últimos meses por falas LGBTfóbicas, sendo inclusive condenado pela 33ª Vara Civil da Comarca de Belo Horizonte, a pagar R$ 80 mil por danos morais para a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG). A ofensa em questão ocorreu em 2020 quando Nikolas insistiu em tratar Duda com o pronome masculino: "Eu ainda irei chamá-la de 'ele'. Ele é homem".
Em junho de 2019 o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a LGBTfobia ao crime de racismo, com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.
Antecedentes transfóbicos
Em maio deste ano, durante audiência na Câmara no Dia Internacional da Mulher (8/5), Nikolas colocou uma peruca loira e, em tom irônico, afirmou que se "sentia mulher" com o adereço e se autointitulou de "deputada Nikole". Na ocasião, também afirmou que "as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres".
Devido à fala, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania recomendou o início do julgamento pela cassação e retomada das análises dos processos contra o deputado.
Dia Internacional da Luta Contra a LGBTfobia
O Dia Internacional da Luta Contra a LGBTfobia é celebrado em 17 de maio por relembrar o dia que a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), em 1990.
A data é marcada pela luta da comunidade LGBTQ+ por direitos civis e promoção de ações de combate ao preconceito e à discriminação esta grupo. Além disso visa também conscientizar sobre a necessidade de se respeitar diferentes orientações sexuais e identidades de gênero.