O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), discutiram sobre os investimentos do Brasil em países da América Latina e Caribe durante a reunião conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico; Finanças e Tributação; Fiscalização Financeira e Controle, na manhã desta quarta-feira (17/5).
durante a posse de Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) dos Brics, ainda em abril. Na ocasião, Lula disse que o banco precisa se organizar para oferecer empréstimos para a infraestrutura dos países vizinhos.
O parlamentar do núcleo alinhado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou o petista sobre uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Nikolas então afirma que outras nações como, por exemplo, Cuba e Venezuela, têm uma dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) da ordem de R$ 529 milhões. “Nesse sentido eu indago sr.ministro: vocês pretendem repetir o que aconteceu no passado, de financiar países não só ditatoriais, mas que deram calote no nosso país, e se será levado em consideração a opinião da brasileira?”, perguntou.
O bolsonarista também questionou as falas de Lula sobre o Banco Central e o presidente da instituição Campos Neto. “No seu próprio plano de governo de 2018, Fernando Haddad, o senhor disse que o BC manteria sua autonomia de controlar a inflação. Novamente, em janeiro, afirmou que não tem que estar satisfeito ou insatisfeito com o banco, mas respeitar a autonomia. Considerando essas incongruências, gostaria de saber se tudo isso passa de uma falta de competência?”, indagou Nikolas.
Haddad responde
Já em sua resposta, Haddad explicou para o deputado que não se faz empréstimo para país, mas para projetos. “Você financia uma empresa brasileira para realizar um projeto em um país. Se porventura, esse país não pagar a empresa, você cobra ele em relação a todos os débitos que existem com o Brasil”, explicou.
O ministro defendeu a Argentina, constantemente atacada pela oposição, como parceiro econômico do país. “Ela é responsável por boa parte da compra de manufaturados do Brasil. São mais de 200 indústrias brasileiras que exportam para a Argentina. Zelar pela saúde do vizinho representa o interesse nacional dos vários empregos que serão perdidos aqui com o colapso de um país importante para nós”, continuou Haddad.
O ministro continuou explicando como a Argentina é importante para os acordos do Brasil com a União Europeia e citou, também, a parceria com países da África. “Precisa ter um pouco mais de clareza sobre geopolítica e avançar mais em relação a isso”, completou.