Jornal Estado de Minas

DEBATE

Haddad sobre Nikolas Ferreira: 'Precisa ter clareza sobre geopolítica'

Durante uma sessão conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico; Finanças e Tributação; Fiscalização Financeira e Controle, na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (17/5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), debateu com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre a política de investimentos do Brasil no exterior. Para o petista, o parlamentar precisa ter um melhor conhecimento sobre geopolítica.





Nikolas questionou uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que disse que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) dos BRICS precisava se organizar para oferecer empréstimos à infraestrutura dos países da América Latina e Caribe. O parlamentar questionou se o Brasil pretende voltar a financiar ditaduras e países que são devedores do BNDES. 

Já Haddad explicou que não se faz empréstimo para país, mas para projetos. “Você financia uma empresa brasileira para realizar um projeto em um país. Se porventura, esse país não pagar a empresa, você cobra ele, como o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) está fazendo neste momento, em relação a todos os débitos que possam existir com o Brasil”, explicou.



O Ministro também saiu em defesa da Argentina, destacando a importância do vizinho para a economia Brasileira. O país é alvo constante de bolsonaristas pelas dificuldades econômicas que vem enfrentando e a proximidade do governo com o presidente Lula. 





 “Você precisa compreender, e eu falo isso sem desrespeito, que a Argentina é responsável por boa parte da compra de manufaturados do Brasil. São mais de 200 indústrias brasileiras que exportam para a Argentina. Zelar pela saúde do vizinho representa o interesse nacional dos vários empregos que serão perdidos aqui com o colapso de um país importante para nós”, continuou Haddad.

O ministro então continuou explicando como a Argentina é importante para os acordos do Brasil com a União Europeia e citou, também, a parceria com países da África. “Precisa ter um pouco mais de clareza sobre geopolítica e avançar mais em relação a isso”, completou.