O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) emitiu nota à imprensa nesta quarta-feira (17/5) rebatendo parte das declarações do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que, mais cedo, o associou à corrupção.
A exoneração em novembro de 2021, segundo o ministro, foi uma manobra para evitar que os processos do Conselho Nacional do Ministério Público contra o ex-deputado se tornassem administrativos, o que impede membros do MP e magistrados de disputar eleições.
Conforme Aécio, o TSE “livrou o Congresso de um cidadão que, a pretexto de combater a corrupção, cometeu os mais variados crimes em busca do seu projeto particular de poder”.
“Ao contrário dele, fui absolvido sucessivamente das absurdas denúncias das quais fui vítima. O ex-procurador, e agora ex-deputado, deve aproveitar o tempo ocioso que terá pela frente para fazer um exame de consciência sobre os males que a ação inescrupulosa de pessoas como ele trouxe ao país. Página virada. A democracia agradece”, finaliza.
Antes disso, Dallagnol, ao lado de políticos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF), disse que aqueles que são corruptos estavam comemorando sua cassação.
“Hoje, o sistema de corrupção, os corruptos e os seus amigos estão em festa. Gilmar Mendes está em festa. Aécio Neves está em festa. Eduardo Cunha está em festa. Beto Richa está em festa. A verdade é uma só. Eu perdi o meu mandato porque eu combati a corrupção. É um dia de festa para os corruptos. É um dia de festa para Lula”, declarou à imprensa na Câmara dos Deputados.
Em março do ano passado, o juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo, absolveu Aécio, a irmã dele, Andrea Neves da Cunha, e outros dois denunciados pelo crime de corrupção passiva. Eles haviam sido acusados de receber um empréstimo de R$ 2 milhões de Joesley Batista, presidente do grupo J&F, em razão da função de senador da República exercida por Aécio na oportunidade.
O MPF alegou que ele e Andrea receberam o montante em quatro parcelas de R$ 500 mil “para impedir e embaraçar as investigações da Operação Lava Jato”. O magistrado, porém, considerou que “a simples detenção de uma função não pode lançar o agente nas teias do injusto penal da corrupção”.