A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann, criticou a indicação do colega de Câmara Ricardo Salles (PL-SP) para a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST). A petista classificou o movimento como ‘ultrajante’ e lembrou que o parlamentar é ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL).
ULTRAJANTE indicação do Ricardo Salles pra relatoria da CPI do MST. Isso não é sério. Mostra que o objetivo é criminalizar o movimento. Vocês sabem bem quem é o ex-ministro bolsonarista. E ainda um militar e um delegado no comando da comissão. Qual o propósito?
%u2014 Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 18, 2023
A deputada já havia criticado o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por ter criado a comissão, afirmando que a CPI só vai dar “voz à extrema-direita’. “Muito ruim, o Congresso precisa trabalhar nas pautas que interessam ao povo e para fazer o país crescer. Isso só tumultua e contribui para mais preconceito e ataques infundados. Toda solidariedade ao MST”, ressaltou.
Gleisi e o PT devem concentrar esforços para defender o MST, considerado um aliado histórico do partido e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar da indicação de parlamentares experientes, o comando da comissão ficará com a oposição.
- O presidente - Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS)
- 1º Vice-Presidente - Kim Kataguiri (União-SP)
- 2º Vice-Presidente - Delegado Fabio Costa (PP-AL)
- 3º Vice-Presidente - Evair de Melo (PP-ES)
- Relator - Ricardo Salles (PL-SP)
Feira do MST
No último final de semana, membros do governo, como os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Paulo Pimenta (Comunicação Social), marcaram presença na 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, promovida pelo movimento dos Sem Terra.
O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), também foi até o evento, onde visitou os expositores, experimentou produtos e tirou foto com apoiadores. Em entrevista, o vice-presidente destacou o apoio do governo à principal reivindicação do grupo. “O governo do presidente Lula, todos nós, defendemos a reforma agrária”, disse.
Alckmin também contestou a criação da CPI do MST. Para o vice-presidente, o Brasil já tem muitos órgãos de fiscalização e a função do Congresso é legislar e aprofundar o debate em questões como a reforma tributária. “Sou muito cauteloso com esta história de CPI. O trabalho do legislativo é legiferante, não policialesco. Sou muito cauteloso em relação a qualquer CPI”, disse.