O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, voltou a ficar em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal (PF), na tarde desta quinta-feira (18/5). O militar reivindicou o direito e não respondeu às perguntas do inquérito que investiga um esquema de fraude nos dados do cartão de vacinação do ex-presidente.
Este é o segundo depoimento do militar na investigação. O primeiro foi no dia em que foi preso pela PF, no último 3 de maio, quando ele também optou pelo silêncio. Na época, a estratégia já era esperada, já que os advogados ainda não tinham os autos do processo.
Além da sua atuação no esquema do cartão de Bolsonaro, o militar também precisa explicar uma suposta fraude nos seus próprios dados e de familiares. Eles teriam sido alterados para viabilizar a entrada nos Estados Unidos após as eleições de 2022, quando Bolsonaro deixou o país pouco antes de perder o mandato como presidente.
Bolsonaro depôs na terça-feira (16/5), e afirmou que não determinou a fraude a seu ex-ajudante. Ele ainda disse que não se vacinou e que desconhece os motivos para a fraude. Para o ex-presidente, caso Cid tenha cometido a ação, "foi à revelia, sem qualquer conhecimento ou orientação".
Cid era a pessoa mais próxima de Jair durante seus quatro anos de governo. No início de abril, o militar chegou a ser interrogado no inquérito que investiga a tentativa de entrada ilegal de joias sauditas no Brasil, sem a devida declaração à Receita Federal.