Hiroshima, Japão – O avião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pousou no aeroporto de Hiroshima minutos antes da meia-noite (horário local) de ontem, e a comitiva seguiu direto para o Ana Crowne Plaza Hotel, onde ele ficará até segunda-feira, quando volta ao Brasil.
Pelo Twitter, com fotos da chegada, Lula afirmou: “Chegamos em Hiroshima, para a reunião do G7. A primeira que o Brasil participa desde 2009. A agenda de encontros bilaterais começa amanhã [hoje]. Uma reunião com o primeiro-ministro da Austrália. E agora boa noite porque aqui está tarde”.
Apesar da recomendação médica para reduzir o ritmo de viagens, devido à possibilidade de ter que se submeter cirurgia no quadril, Lula vai cumprir nos próximos três dias uma maratona de reuniões bilaterais e coletivas durante a cúpula do G7, grupo com algumas das maiores economias do mundo.
O brasileiro e outros líderes de países emergentes foram convidados para o encontro anual. É a sétima vez que Lula participa do evento nessa condição. Ele hesitou em ir, mas acabou aceitando na última semana o convite feito pelo Japão. Pela ordem, Lula vai se reunir com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, no fim da tarde de hoje.
Amanhã, foram programadas reuniões com o primeiro-ministro Fumio Kishida, do Japão, e o presidente da Indonésia, Joko Widodo. No encontro com o primeiro-ministro japonês, que o convidou para o G7, Lula vai tratar de investimentos, cooperação na área de descarbonização e integração da comunidade brasileira no Japão, que tem cerca de 200 mil pessoas, e ainda de esforços para encerrar a guerra na Ucrânia e para combater as mudanças climáticas.
Depois, Lula fará reuniões separadas com Emmanuel Macron, presidente da França, e com Olaf Scholz, primeiro-ministro da Alemanha, os principais líderes europeus. Na tarde de domingo, os encontros serão com o português António Guterres, secretário-geral da ONU, e com Pham Minh Chinh, primeiro-ministro do Vietnã. Ainda estão em tratativas os primeiros-ministros Narendra Modi, da Índia, e Justin Trudeau, do Canadá.
As bilaterais serão entremeadas, amanhã e no domingo, pela participação do brasileiro em três sessões de trabalho da programação oficial da cúpula, quando ele e os demais líderes deverão fazer pronunciamentos curtos, de três minutos cada um.
Na primeira, amanhã, intitulada “Trabalhando juntos para enfrentar múltiplas crises”, serão abordadas problemas de alimentação ou fome, saúde, desenvolvimento e gênero. E ainda sobre “Esforços conjuntos para um planeta resiliente e sustentável”. Os temas serão clima, energia e meio ambiente.
No domingo, “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”, quando deve ser abordada a guerra da Ucrânia. O conflito é uma das prioridades para Lula, que tenta organizar um grupo de países neutros para negociar um acordo de paz. O governo brasileiro trabalha para que uma das declarações finais do G7 reflita a visão do Brasil a respeito da guerra e acredita que deve haver um consenso em relação à segurança alimentar. A invasão da Ucrânia pela Rússia começou em fevereiro de 2022 e já deixou milhares de mortos e refugiados, além de impactar na produção e na distribuição global de alimentos e energia. (Folhapress e outras agências)