O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou mais uma vez o envolvimento no suposto esquema de falsificação do cartão de vacina, investigado pela Polícia Federal. Em entrevista à Veja, divulgada na noite de quinta-feira (18/5), ele afirmou não querer acusar o o tenente-coronel Mauro Cid, pois tem um carinho especial pelo militar. "Nunca tive nenhum motivo para desconfiar dele", pontuou o ex-chefe do Executivo.
No entanto, quando questionado sobre as pistas colhidas pela PF, Bolsonaro respondeu: "ao que tudo indica, alguém fez besteira". "Não estou batendo o martelo. Da minha parte não tem problema nenhum. Eu não precisava de vacina para entrar nos Estados Unidos. A minha filha também não precisava de nada Estão investigando essas fraudes de 2022, tudo bem. Mas ninguém está investigando aquela outra que aconteceu em 2021. Alguém entrou no sistema usando o endereço “lula@gmail” para falsificar meu cartão de vacina. O cara pode ser ligado ao PT. Por que não estão investigando? São parciais, na verdade", acrescentou.
No entanto, quando questionado sobre as pistas colhidas pela PF, Bolsonaro respondeu: "ao que tudo indica, alguém fez besteira". "Não estou batendo o martelo. Da minha parte não tem problema nenhum. Eu não precisava de vacina para entrar nos Estados Unidos. A minha filha também não precisava de nada Estão investigando essas fraudes de 2022, tudo bem. Mas ninguém está investigando aquela outra que aconteceu em 2021. Alguém entrou no sistema usando o endereço “lula@gmail” para falsificar meu cartão de vacina. O cara pode ser ligado ao PT. Por que não estão investigando? São parciais, na verdade", acrescentou.
Sobre as atribuições de Mauro Cid no cargo de ajudante de ordens, Bolsonaro afirmou que ele era responsável por atender ligações e alguns parlamentares, organizava missões, ficava com o cartão do Banco do Brasil do ex-presidente, movimentava as contas bancárias e pagava as contas da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.
"Mas não participava das decisões do governo, não interferia, não era, como alguns acham, um conselheiro. Agora, com todo o respeito, quebrar o sigilo de mensagens de um ajudante de ordens do presidente da República é… Vai se ter acesso a 90% da rotina do presidente e também de alguns ministros", disse Bolsonaro.
Segundo o ex-presidente, não há chance dos investigadores encontrarem algo "comprometedor" nas conversas entre os dois. "Quando se fala em comprometedor, as pessoas pensam logo em dinheiro, em alguma coisa ilícita. Zero, zero. Isso não vai ter. Agora, tem troca de 'zaps', em linguagem de 'zap', tem palavrão. Há certamente conversas que envolvem segredos de estado. Vazar isso, como tem sido feito, é muito grave", afirmou.
Depoimento à PF
Em depoimento na terça-feira (17/5), na Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou ter conhecimento do esquema para fraudar cartões de vacinação em seu nome e da sua família. Em uma das perguntas do inquérito que apura a fraude em cartões de vacina, Bolsonaro foi questionado sobre conversas recolhidas no celular de Cid e dele próprio, apreendidos em uma ação da corporação no Distrito Federal. O ex-presidente negou qualquer envolvimento. Indagado se o esquema poderia ter sido criado à sua revelia, insistiu não saber das irregularidades.
Em outra resposta, Bolsonaro disse que se Mauro Cid inseriu dados falsos no sistema do ministério, isso ocorreu por conta própria do tenente-coronel do Exército e não foi por ordens dele. No entanto, o ex-presidente ressaltou não acreditar que o militar tenha participado da fraude.