A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que o tenente-coronel Mauro Cid pagava suas contas, pois ficava com o cartão de conta-corrente do marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista publicada pela revista Veja, nesta sexta-feira (19/5), ela negou que tenha qualquer relação com o ex-ajudante de ordens da presidência.
“Antes do Jair se tornar presidente, eu administrava as contas da nossa casa. Quando chegamos no Alvorada, tinha essa figura para fazer esse trabalho. Pagar as despesas do dia a dia. A gente tinha vários eventos, uma demanda muito grande de trabalho, então a gente deixava tudo na planilha. Eu passava para a minha assessora, que passava para o Cid, que tinha acesso ao cartão pessoal. Ele sacava e pagava a manicure, ou cabeleireiro, um dinheiro para o lanche das crianças”, disse Michelle em um trecho da entrevista.
A Polícia Federal (PF) apura suspeitas de que Cid tenha usado verba pública para pagamentos em dinheiro vivo e de maneira fracionada, para dificultar a investigação sobre a origem do recurso, prática similar a de rachadinha.
Esses pagamentos teriam sido feitos pelo militar à Michelle Bolsonaro e, segundo PF, ocorreram em pelo menos sete ocasiões, conforme comprovantes de depósitos encaminhados às assessoras da ex-primeira-dama. As conversas foram interceptadas por meio da quebra do sigilo telemático de Cid.
Em vídeo divulgado pelo UOL, nessa quinta-feira (18/5), Bolsonaro afirmou que os gastos em dinheiro vivo feitos por Michelle eram para coisas pessoais e pequenas, como cabeleireiro, manicure e absorvente. O ex-presidente ainda se disse incomodado com as especulações a respeito da família.
“Quando mexe com familiar, minha esposa, no caso, é um negócio muito pessoal. Ela deu uma entrevista para uma revista muito grande, que vai ser mostrado aqui o que ela falou, no fim de semana. (...). As compras dela é (sic) absorvente, uma roupinha para filha, manicure, cabeleireiro”, explicou.