O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (21/5) - manhã de segunda-feira (22/5) no Japão - que os principais responsáveis pelas guerras são os membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Os membros do conselho de segurança é que fazem guerra. Estados Unidos e Iraque foram discutidos no conselho de segurança? Não! Inglaterra e a França quando invadiram a Líbia, não! Putin agora, foi discutido no conselho de segurança? Não!", declarou o petista em entrevista coletiva realizada antes de retornar ao Brasil.
Em janeiro de 1946, foi criado o Conselho de Segurança das Nações Unidas com o objetivo de manter a paz e a segurança internacional. O grupo é composto por 15 nações, sendo que dez se alternam entre os 193 Estados-membros da ONU. Ele tem poder de autorizar intervenções militares para garantir que resoluções aprovadas sejam executadas.
Contudo, cinco países são membros permanentes e contam com poder de veto. Assim, independente do que for decidido, se algum deles se opuser, a medida será vetada. Este seleto grupo é composto por China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
Lula também apontou que o grupo é responsável por grande parte das comercializações de armamentos no mundo. Um relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, divulgado em 2019, aponta que entre 2014 e 2018, Alemanha, China, Estados Unidos, França e Rússia foram os encarregados de 75% das exportações de material bélico no mundo.
Já os principais compradores foram os governos da Arábia Saudita, responsável por 12% das aquisições mundiais, majoritariamente fornecidas pelos EUA; Austrália, China, Coreia do Sul, Índia e Vietnã também se destacam.
Com isso, o presidente brasileiro voltou a defender uma mudança no Conselho de Segurança da ONU e que mais países façam parte.
"Reivindico a necessidade de mudar o conselho de segurança da ONU e, ao mesmo tempo retirar o direito de veto. Para que você possa decidir uma coisa numa COP e cumprir com aquela coisa", afirmou.
A entrada de países da América Latina, África, Ásia e até mesmo mais europeus foram pedidas pelo petista.
"Que entrem mais países da América Latina, África, Japão, Alemanha, Índia... A África tem 54 países, porque não entra um ou dois representantes?", completou. Em outro momento ele chegou a levantar a possibilidade de África do Sul, Nigéria, Egito, Vietnã e Indonésia terem uma presença mais destacada no órgão internacional.
Lula foi à cidade de Hiroshima, no Japão, participar, como convidado, do encontro do G7, realizado entre sexta-feira e domingo.