Jornal Estado de Minas

BRICS

Lula: 'Brics haverá de discutir a criação de uma moeda para negociações'

A possibilidade da criação de uma moeda comum entre os países do Brics foi defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo (21/5), em uma coletiva de imprensa, antes do retorno ao Brasil, após o encontro do G7 em Hiroshima, no Japão.





"O Brics, nós haveremos de discutir a criação de uma moeda em algum momento para que a gente faça negociação com os países na nossa moeda", afirmou o presidente ao ser questionado sobre a possibilidade de comercialização com outros países em moeda diferente do dólar.

O petista citou como inspiração a criação do euro, moeda usada por países da União Europeia, criada em janeiro de 1999. Que atualmente é usada por 20 dos 27 estados-membros, além de Andorra, Mônaco, San Marino, Vaticano, Kosovo e Montenegro que não fazem parte da UE.
"Não é possível ficar dependendo do dólar para fazer comércio exterior. Não é possível ficar dependendo de uma moeda que você não produz. Só tem um país que produz, que é os Estados Unidos", comentou o petista.





Promessa não cumprida sobre preservação da natureza


Os diversos acordos sobre o clima e a natureza,  costurados em encontros multilaterais ao longo dos anos, também foram apontados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um fracasso.

"Vamos ser francos. Nós temos o Protocolo de Quioto há quanto tempo? Quais países cumpriram o protocolo? Nós temos o Acordo de Paris há muito tempo. Quantos países cumpriram o Acordo de Paris?", afirmou o petista.

Antes, Lula afirmou que os discursos dos líderes em direção a preservação do meio ambiente nestes encontros é mais um aceno para o eleitorado do que um compromisso.

"Cada país quando volta da decisão, seu Congresso não aprova, seus empresários não querem. E na questão climática não pode ser assim. Temos que decidir e obrigar todos os países a cumprir. Com pena desses países serem punidos", afirmou.

Lula relembrou que na COP15, ocorrida em 2009, na cidade de Copenhague, na Dinamarca, os países desenvolvidos se comprometeram a doar US$ 100 bilhões para ajudar os subdesenvolvidos ou em desenvolvimento na proteção ambiental, mas que a promessa não foi cumprida.