O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante entrevista coletiva, nesse domingo (21/5), em Hiroshima, no Japão, falou sobre a necessidade de explorar a diversidade da Amazônia, tema que gera atrito entre parte de seu governo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede). Para o chefe do Planalto é preciso “gerar empregos limpos” na região.
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O presidente afirmou que também não vê problema quanto à exploração na foz do rio, já que o projeto seria em “alto mar”, mas só vai voltar a falar sobre o tema quando estiver de volta ao Brasil. “Se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado, mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia”, destacou.
A declaração também contraria o parecer técnico do Ibama e a decisão do presidente do instituto, Rodrigo Agostinho, que relatou “inconsistências preocupantes” no projeto da Petrobras.
“Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto, mas que este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”, afirmou Agostinho.
Petrobras vai tentar novo licenciamento
Em ofício enviado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) à sua estatal subordinada, a Petrobras continuará a tentar o licenciamento junto ao Ibama, para realizar o estudo na Margem Equatorial. O local é composto por cinco bacias sedimentares ainda pouco exploradas, mas que carrega expectativas do setor, já que países vizinhos já descobriram petróleo na área.
Segundo o comunicado divulgado pela petrolífera, a empresa vai avaliar a possibilidade de manutenção da sonda e dos recursos destinados à perfuração do poço, para que se avance nas discussões com o Instituto visando o licenciamento da atividade. A nota também ressalta a importância da exploração sustentável da região.
"O assunto é fundamental do ponto de vista social, pois propõe-se a alavancar o desenvolvimento de alguns dos Estados com os menores IDH do País, por meio da arrecadação de participações governamentais e criação de emprego e renda para a sua população”, diz o ofício, que ainda defende o projeto para a autossuficiência em petróleo do país.
Líder do governo critica
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), criticou a decisão do Ibama, afirmando que o instituto não ouviu os cidadãos do Amapá (seu estado) e nem o governo local. “O povo amapaense quer ter o direito de ser escutado sobre a possível existência e eventual destino de nossas riquezas”, disse.
A decisão irritou Randolfe, que decidiu deixar o partido Rede Sustentabilidade, onde ele era correligionário de Marina Silva. O senador também afirmou que vai lutar contra a decisão do Ibama. “Junto a todas as instâncias do governo federal, reuniremos todos aqueles que querem o desenvolvimento sustentável do Amapá, para de forma técnica, legal e responsável lutarmos contra essa decisão”, completou.