Troca de mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) no celular de Mauro Cid mostram pedidos de saques e transferências em dinheiro vivo para atender demandas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens do Palácio do Planalto está preso e teve o aparelho apreendido em 3 de maio.
Segundo reportagem do UOL, as mensagens eram enviadas a Mauro Cid pelas assessoras Cintia Nogueira e Giselle Carneiro, e se referiam a Michelle como "dama" ou pela sigla "PD". A defesa do casal Bolsonaro afirma que as despesas eram custeadas com recursos da conta pessoal do ex-presidente e nega qualquer tipo de desvio de recursos públicos.
Entre os pedidos de pagamentos, estão serviços como costureira, podóloga e veterinário, além de depósitos mensais para para familiares da ex-primeira-dama e para Rosimary Carneiro, titular do cartão usado por Michelle.
Nas mensagens, foram encontrados 13 comprovantes de depósitos em dinheiro feitos por Cid na conta de Michelle entre março e agosto de 2021, totalizando R$ 21.500. Também foram encontradas solicitações de saques em dinheiro vivo entre março e outubro do mesmo ano, que somam cerca de R$ 5.600. Com isso, está sendo analisada a quebra de sigilo bancário para transações feitas durante os quatro anos de mandato de Bolsonaro.
Além disso, dos 85 comprovantes de depósitos e de pagamentos encontrados no celular do ex-ajudante de ordens, apenas cinco tinham como origem a conta do ex-mandatário. O uso de depósitos em dinheiro vivo pode ter como motivação a ocultação da origem dos recursos.