Instalada nessa quinta-feira (25/5) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, recebeu, apenas no primeiro dia, 320 requerimentos. Com a possibilidade de se tornar palco midiático para parlamentares de oposição ao governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que argumentam uma suposta omissão do petista com o intuito de ganhos políticos, os primeiros nomes ligados ao executivo já aparecem como possíveis convocados.
Ao todo, seis requerimentos já foram apresentados para convocar o Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, que também foi alvo do núcleo bolsonarista na Câmara em outras comissões permanentes. Alguns parlamentares argumentam que ele teria prevaricado durante os atos antidemocráticos, tese que foi tema de audiências na casa legislativa.
Os autores da convocação foram os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), Aluisio Mendes (Republicanos-MA), Delegado Ramagem (PL-RJ), Marco Feliciano (PL-SP), e os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Damares Alves (Republicanos-DF). Ao todo, 209 requerimentos dessa natureza foram apresentados.
Outra figura notória que aparece nos pedidos é o General Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que mantinha uma relação de proximidade com o presidente Lula desde seu primeiro mandato. O militar protagonizou o fato que ajudou a acelerar a criação da CPMI, que vinha sendo adiada no Senado.
Dias aparece em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto no momento em que vândalos atacaram o prédio durante os atos antidemocráticos. As gravações foram vazadas e ajudaram a alimentar a tese de que membros do governo contribuíram para as depredações. Ele recebeu 11 requerimentos de convocação que ainda precisam ser apreciados pela Comissão.
O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, também é alvo dos parlamentares. O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL) é investigado no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os atos antidemocráticos, sob a suspeita de omissão, já que a Polícia Militar do DF (PMDF) era responsável pela segurança da praça dos Três Poderes.