Os impactos do aumento da passagem de ônibus na capital mineira serão tema de audiência pública nesta terça-feira (30/5), na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Desde 23 de abril, a tarifa dos coletivos na cidade teve aumento de 33,3%, saindo de R$ 4,50 para R$ 6.
A audiência acontece no plenário Camil Caram e foi requerida pelos vereadores Iza Lourença (Psol), Bruno Pedralva (PT) e Pedro Patrus (PT). Foram convidados para a sessão o prefeito Fuad Noman (PSD), representantes da Superintendência de Mobilidade Urbana de BH (Sumob), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH), membros do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana e dos movimentos Tarifa Zero e Nossa BH.
De acordo com o movimento Tarifa Zero, o impacto no orçamento dos usuários do transporte coletivo da capital ainda não foi mensurado, mas é possível afirmar que a exclusão social e a segregação espacial na cidade aumentaram durante a vigência da passagem a R$ 6. Segundo o grupo, as empresas de ônibus já arrecadaram mais de R$ 50 milhões durante o período.
Após uma série de reuniões e desacertos entre a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a Câmara Municipal, na última semana, o prefeito Fuad Noman e o presidente da casa legislativa, Gabriel Azevedo (sem partido), entraram em acordo para que a tarifa retorne a casa dos R$ 4,50.
A medida, no entanto, só deve entrar em vigor a partir de julho. Isso porque é necessário respeitar os trâmites burocráticos da Câmara, que deve aprovar o Projeto de Lei (PL) 538/2022, que prevê o pagamento de um subsídio para as empresas de ônibus em troca de viabilizar a redução tarifária. Executivo e Legislativo chegaram ao valor de R$ 512 milhões de repasse às concessionárias para que seja possível o retorno ao valor antigo das passagens.