O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a integração da América Latina, em encontro com presidentes da América do Sul, na manhã desta terça-feira (30/5), no Palácio do Itamaraty, em Brasília. No encontro, Lula enfatizou a necessidade de união entre os países da região e disse que "ideologias" dividiram os países Sul-americanos.
Em seu discurso, Lula disse que a integração dos países da América Latina foi "infelizmente" interrompida nos últimos anos, e embora não tenha citado nomes, criticou o governo Jair Bolsonaro (PL), alegando que a gestão "rompeu com os princípios de política externa".
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O encontro conta com 10 presidentes da América do Sul. Apenas o Peru está sendo representado pelo chefe do Conselho de Ministros. Essa é a primeira reunião de cúpula dos líderes da América do Sul após oito anos. No seu discurso, Lula enfatizou que o que une os líderes das nações hoje é "o sentimento de urgência de voltar a olhar coletivamente para a nossa região".
Na ocasião, Lula também destacou a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), abandonada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019. "A América do Sul tem diante de si, mais uma vez, a oportunidade de trilhar o caminho da união. E não é preciso recomeçar do zero. A UNASUL é um patrimônio coletivo", enfatizou.
O petista também voltou a ressaltar um dos seus principais compromissos de campanha eleitoral, de reaproximar o Brasil de outras nações.
"Tenho firme convicção de que precisamos reavivar o compromisso com a integração Sul-americana. Quando assumi a Presidência, em 1° de janeiro, a América do Sul voltou ao centro da atuação diplomática brasileira. Por essa razão convidei a todos para a reunião de hoje, que será seguida, em agosto, da Cúpula dos Países Amazônicos. Os elementos que nos unem estão acima de divergências de ordem ideológica. Da Patagônia e do Atacama à Amazônia, do Cerrado e dos Andes ao Caribe, somos um vasto continente banhados por dois oceanos", declarou.