O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai apurar irregularidades na 13ª Vara Federal de Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF-4), responsáveis pelos processos da Lava-Jato. As cortes se envolveram em polêmica na última semana, após o juiz Eduardo Appio ser afastado por supostamente ter ameaçado o filho de um desembargador que revisava suas sentenças.
Segundo o jornal O Globo, o corregedor nacional de justiça, ministro Luis Felipe Salomão, atendeu a pedido da defesa de Appio e determinou uma “correição extraordinária”, quando um procedimento administrativo apura irregularidades e audita os processos em tramitação na Corte.
Appio foi afastado da sua posição de titular da 13ª Vara pela Corte Especial Administrativa do TRF-4, mas sua defesa questiona a imparcialidade do tribunal federal para julgar o caso. Os advogados acreditam que a sanção foi “severa e drástica”, argumentando que a atuação do juiz na Lava-Jato ocorre em “contraponto crítico”, o que gera “indisposições locais” na Corte.
Eduardo Appio era responsável pelo caso Tacla Duran, que investiga denúncias contra o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol. Os dois são acusados de tentar extorquir o advogado Rodrigo Tacla Duran, réu na Lava-Jato, em US$ 5 milhões para que ele não fosse preso.
O processo deve ocorrer entre 31 de maio e 2 de junho. Appio já deve ser ouvido nesta quarta-feira (31/5). Caso descubra irregularidades, o CNJ pode instaurar uma sindicância investigativa para aprofundar os fatos.