Ao responder perguntas do deputado Hermeto, relator da CPI, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou que os áudios divulgados entre ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolosnaro, Mauro Cid, e o major Ailton Barros, no quais discutem um golpe de Estado eram apenas uma conversa que não iria para frente, uma “bravata”.
Disputa de narrativas
No depoimento, o ex-chefe do GSI disse que considera os trabalhos da CPI altamente válidos, mas que atos isolados e sem chefe definido não podem ser considerados tentativas de golpe.
“A CPI está procurando quem foi financiador, quem participou, considero isso altamente válido. O que não dá é para vir com uma narrativa pronta e tentar empurrar essa narrativa goela abaixo”, declarou Heleno.
Ao tomar a palavra, o deputado Fábio Félix (PSOL) disse que há uma tentativa, inclusive de autoridades federais, de tentar provar a narrativa de que não havia intenção de golpe e que o que aconteceu no dia 8 de janeiro foi uma obra do acaso.
“Esse país não pode brincar com a palavra golpe. É muito fácil hoje para pessoas que estão sendo investigadas por golpe dizerem que não era a intenção, dizerem que não era golpe, porque o golpe do dia 8 não prevaleceu”, afirmou Félix.
Heleno seguiu afirmando a Félix que não sabia de reuniões ou orquestras de golpe por parte de autoridades do governo. Posteriormente, o general também disse que considera os atos de 12 de dezembro de 2022, dia da diplomação de Lula, e de 8 de janeiro deste ano “lamentáveis” e “inadmissíveis”, sendo ruim para a imagem do Brasil.