Os 290 quilos de skunk — um tipo mais concentrado de maconha — que foram apreendidos em avião do tio da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) são avaliados em mais de R$ 4 milhões. O valor do entorpecente costuma ser mais alto do que a maconha comum porque tem maior teor do psicoativo THC. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo. Ao Correio, a Polícia Federal informou que há uma "orientação para não se dar mais estimativas de apreensões de drogas".
Segundo a corporação, a droga ocupava todo o espaço que sobrava da aeronave, além dos assentos para um passageiro e o piloto. "Detalhes da circunstância do crime serão investigados a partir de inquérito aberto", disse a PF. O proprietário do avião é o ex-deputado federal Josué Bengtson, tio de Damares, e era usado pela Igreja do Evangelho Quadrangular, liderada por Bengtson.
A senadora Damares chegou a dizer que foi informada que a denúncia da carga teria partido da própria Igreja do Evangelho Quadrangular. No entanto, informações da Polícia Federal contradizem essa versão, pois a apreensão da droga foi realizada, no Aeroporto Internacional de Belém, a partir informações de inteligência do Núcleo de Polícia Aeroportuária da corporação. A aeronave foi apreendida e um inquérito foi instaurado para investigar as circunstâncias do crime.
"Damares Alves, que é sobrinha do ex-deputado federal Josué Bengtson, entrou em contato com a família e foi informada que os responsáveis pelo avião, ou seja, a própria Igreja, fizeram a denúncia à Polícia Federal sobre uma carga suspeita que havia sido carregada na aeronave sem autorização. Em seguida, a Polícia Federal assumiu o caso e tomou as medidas cabíveis", informou a assessoria da senadora.