Após meses de especulação, o advogado Cristiano Zanin Martins, de 47 anos, foi o escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar a vaga do ex-ministro Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio feito por Lula nesta quinta-feira (1º/6) não surpreendeu, uma vez que o petista já havia comentado, diversas vezes, a intenção de indicar o jurista à vaga. O elo entre os dois foi feito após Zanin atuar na defesa de Lula no processo da Lava-Jato.
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Formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Zanin trabalha desde 2013, ao lado da esposa, na defesa do presidente Lula. Para o chefe do Executivo, ele foi uma revelação no mundo jurídico após sua atuação no processo da Lava-Jato.
Durante quatro anos, ele trabalhou nos processos que envolveram Lula durante a Lava-Jato e outras operações pelo país. Mesmo sem êxito no impedimento da prisão do então ex-presidente petista, em 2018, foi dele a ação de habeas corpus no STF que ocasionou a anulação das condenações de Lula no processo. O pedido ocorreu após a Corte ter considerado parcial a decisão do então juiz Sérgio Moro no julgamento contra o político.
A anulação das condenações reestabeleceram os direitos políticos de Lula e possibilitaram o retorno dele para a política, quando se elegeu em 2022.
O advogado voltou a ter notoriedade pública em 11 de janeiro deste ano, quando um vídeo em que é abordado por um apoiador do ex-presidente Bolsonaro no Aeroporto de Brasília viralizou nas redes sociais. Ele foi xingado e ameaçado dentro de um banheiro enquanto o momento era gravado pelo agressor. O homem foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por três crimes.
Após as representações de Lula, ele também participou de outros casos que ganharam relevância nacional. Um dos mais recentes é a defesa da Americanas, no processo em que o banco BTG Pactual briga pela manutenção da retenção R$ 1,2 bilhão do caixa da varejista, no Superior Tribunal de Justiça (STJ).