O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou as declarações dadas pelo ministro Rui Costa (Casa Civil) segundo a qual, em Brasília, para muitos, fazer o errado é o certo. Lira não citou nominalmente o ministro, mas pediu "comedimento" dos ministros e afirmou que essas declarações "não ajudam".
As falas de Lira foram dadas em entrevista à CNN Brasil na manhã desta segunda-feira (5) em um contexto em que o presidente da Câmara negava ter pedido a troca de ministros do governo Lula.
O parlamentar disse que há ministérios que são "estritamente pessoais" do presidente da República, entre eles Casa Civil, Secretaria de Relações Institucionais e Fazenda, classificando-os como da cota individual do presidente.
"Ninguém está querendo indicar ninguém. Ninguém está querendo escolher ninguém", disse Lira.
Em evento na Bahia, na sexta-feira (2), Rui disse também que a capital federal é uma ilha da fantasia, uma bolha ilusória. "Brasília é difícil. É difícil porque lá fazer o certo, para muitos, está errado. E fazer o errado, para muitos, é que é o certo na cabeça deles", discursou, durante inauguração em Itaberaba.
"Vocês podem ter certeza. Brasília não vai me mudar e eu vou lutar com todas as minhas forças para mudar Brasília e mudar aquele jeito de encarar o que é coisa pública. Eu chamo aquilo de Ilha da Fantasia", disse Rui.
Na entrevista desta segunda-feira, Lira voltou a dizer que o papel do presidente da Câmara é ser um "facilitador" das matérias e disse que é preciso desmistificar que há embates entre ele e o presidente Lula (PT).
"Nosso papel é de ser um facilitador, é de desmistificar essa queda de braço constante entre Lula e Lira e Lira e Lula. Isso não existe. O governo não teve nenhum ato arredio da nossa parte de nenhum tipo de imputação de derrotas nas matérias importantes. Agora, o Congresso é um
Congresso liberal, que tem pautas próprias e tem matérias que têm absoluta dificuldade em ser tratadas no plenário daquela Casa", continuou.
Mais cedo, Lira se reuniu com o presidente Lula no Palácio do Alvorada. O encontro ocorreu após uma semana de embates entre o Planalto e o comanda da Casa Legislativa, com críticas à articulação política e pedido de uma reforma ministerial para abrir espaço para partidos de centro.