O ministério confirmou que Fialho despacha na pasta. O argumento foi que ele contribui com o governo "com sua experiência". O sogro de Juscelino não tem experiência na área da comunicação. Entre 2006 e 2012, ele foi diretor da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). De abril de 2012 a dezembro de 2014, ele também atuou como secretário de Estado do Maranhão, durante o segundo mandato de Roseana Sarney (MDB).
Na passagem pelo governo maranhense, ele foi alvo de um processo no qual se tornou réu, acusado de desvio de dinheiro público. Atualmente, Fialho controla cinco empresas, nenhuma no ramo das comunicações. Segundo dados da Receita Federal, as companhias são das áreas de portos, construção, mineração, criação animal e consultoria.
Em uma das ocasiões que o sogro de Juscelino recebeu convidados, o ministro estava a 2 mil quilômetros de Brasília. No dia 17 de março, Fialho recebeu Luiz Claudio Soares Ferreira de diretor da Infovia Digital, que disse que o encontro foi para "expansão de conectividade" com o sogro de Juscelino.
Fialho assumiu que esteve "algumas vezes" no ministério das Comunicações. O sogro disse, porém, que é "falacioso" e "leviano" dizer que ele atua na pasta ou exerce qualquer função. Segundo o empresário, sua contribuição "é meramente de um conselheiro informal". "Não tenho nenhum vínculo com o setor de comunicações. Fui prestigiar meu genro frente ao seu novo desafio."
Fialho é réu em ação sobre convênio de R$ 4,9 milhões
Ele é acusado de participar de suposto esquema de desvio de dinheiro de verbas públicos. Esse convênio foi assinado no período em que ele atuou como secretário de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar do governo de Roseana Sarney. O Ministério Público acusa o sogro de Juscelino de autorizar o gasto "sem qualquer critério definido". Segundo o MP, ele deu continuidade a repasses mesmo diante de denúncias de irregularidades.