O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Antonio Anastasia, pautou a análise do processo de concessão da rodovia federal BR-381, no trecho compreendido entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, para a sessão plenária de quarta-feira (7/6). A duplicação do trecho entre as duas cidades é uma reivindicação antiga de Minas Gerais com a União.
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AGU cobra R$ 628 milhões em multas contra infratores ambientaisPrograma para carro popular é repaginado para focar em transporte coletivo Justiça nega pedido de Nikolas para barrar indicação de Zanin ao STFTCU aprova projeto da BR-381, e ministro de Lula promete duplicaçãoNo dia do Meio Ambiente, Lula volta a falar em exploração da AmazôniaA duplicação do trecho de 303 quilômetros entre as cidades polo de Minas é visto como fundamental na prevenção de acidentes e afastar a alcunha negativa de “rodovia da morte”, que ganhou popularidade na década de 1990. Especificamente entre João Monlevade e a capital mineira, a rodovia tem uma mortalidade duas vezes maior do que nos demais segmentos.
Em 2022, a estrada como um todo, que vai das divisas mineiras com São Paulo e o Espírito Santo, teve 154 mortos. Os 116 quilômetros da Rodovia da Morte BH a João Monlevade representam 12,2% do total de 950 quilômetros totais da estrada dentro de terras mineiras, em um trecho que ainda teve, 426 pessoas feridas no último ano. “Sua duplicação é fundamental para dar mais segurança ao povo mineiro”, destacou o ministro Renan Filho.
Novela 381
A novela da concessão da BR-381, no entanto, se arrasta desde 2013, no governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), quando 11 lotes da rodovia foram licitados. Embora os acordos tenham sido feitos, as licitações foram canceladas e retornaram aos processos de estudos do governo.
Em 2014, Dilma chegou a assinar uma ordem de serviço para a duplicação de cinco trechos, prometendo investir R$ 2,5 bilhões nas obras. A obra de duplicação incluía a construção de cinco túneis, 34 pontes, 66 viadutos, além de 31 passarelas, 150 paradas de ônibus e de uma variante em Santa Bárbara, numa extensão de 303 quilômetros da BR-381, mas quase nada foi feito.
Em 2021, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma aposta na concessão da rodovia e prometeu que a obra ocorreria até o fim de 2022. O projeto, no entanto, também não foi atrativo ao setor privado e voltou para fases de estudo.