Esta marcado para esta terça-feira (6/5) a apresentação e a votação do plano de trabalho da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI do 8 de janeiro. Ela analisou 798 requerimentos apresentados por deputados e senadores até a noite de ontem.
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CPMI de 8 de janeiro: quem é quem na comissão e o que esperarCPMI do 8/1 irá projetar poder de Lira sobre o Planalto, dizem deputadosJanones sobre CPMI: 'Quem realmente manda no nosso país é o centrão'Deputado pede afastamento de bolsonarista autor do pedido de CPMIFlávio Bolsonaro: 'Nunca tem almoço grátis em governo petista'Gil do Vigor para Janones: 'Sejamos honestos e claros com o povo'"Nosso foco será voltado para buscar os autores intelectuais e os financiadores do 8 de janeiro. A gente vai, também, fazer um recorte de uma avaliação dos dias anteriores e olhar para o que foram os dias 24 e 12 de dezembro. Faremos um apanhado geral porque não foi o dia 8 de janeiro em si apenas. Tem um planejamento anterior e é em cima dessa perspectiva que apresentaremos nosso plano", disse à Rádio Senado.
Membros da oposição, porém, trabalham com a tese de que o governo Lula atuou para facilitar a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) protocolou requerimentos de convocação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Mas ele quer, também, a presença do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e último ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres.
"Não quero defender ou só focar em uma coisa. Quero a verdade como um todo. Fiz requerimento convocando alguns policiais, integrantes do Exército, o próprio Torres. Também entrei com a quebra de sigilo telemático e do celular do Dino. Acho que não vai ter nenhum problema: se ele diz que não tem nada, que não se omitiu, lá vai estar a verdade", explicou.
Desentendimentos
A reunião da comissão deve, também, ser marcada por uma série de ataques e desentendimentos entre governistas e oposicionistas. A ala bolsonarista da oposição trabalha com a tese de que o governo sabia que os atos seriam violentos, mas facilitaram a destruição das sedes dos Três Poderes.
Já o governo vai focar em ouvir aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo investigações da PF e do STF, teriam insuflado as manifestações violentas. Entre eles, o autor do requerimento da CPMI, o deputado André Fernandes (PL-CE), apontado pela PF como um dos responsáveis pela incitação aos extremistas em Brasília.