Ele poderia até ser vaiado, mas seria algo residual, aposta o líder evangélico. O cristão tem a prática de exercer "o respeito e o amor", e ele orientaria o público a lembrar de um preceito bíblico: orar por todas as autoridades constituídas. Como um presidente da República, independentemente de sua orientação ideológica.
Foi Lula quem sancionou, em 2009, a lei que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus. O evento já acontecia desde 1993 e, até 2019, nenhum presidente havia dado as caras. Jair Bolsonaro (PL) quebrou esse jejum -- ele também participou no ano passado.
Numa sala reservada do trio Demolidor, de onde ele e a família lideram a caminhada com milhares de fiéis do centro até a praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, em Santana, zona norte, ele lembrou de quando Márcio França (PSB), então governador de São Paulo, passou pela Marcha. "Havia uma conversa de ele ser mais de esquerda, mas imediatamente coloquei essa posição bíblica de orientar a orar."
Hernandes afirmou que, no passado, via mais rivalidade e divisão entre as igrejas evangélicas, que não têm uma autoridade suprema, como é o papa para a Igreja Católica, e por isso têm uma hierarquia mais horizontalizada. "Cada uma seguia seu caminho". Agora, a união está bem maior, disse.
Para a multidão, sua esposa, a bispa Sonia Hernandes, declarou: "Nós, como igreja de Jesus Cristo, esmagamos a cabeça da serpente e declaramos que Jesus é o Senhor de São Paulo e do Brasil". Uma banda tocava, sobre o trio elétrico batizado Demolidor, clássicos do cancioneiro gospel, como "Glória, Aleluia" e "Meu General É Cristo".