O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, disse que o ex-juiz federal, hoje senador, Sergio Moro (União-PR) e o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR) "comandaram uma sofisticada organização criminosa". A fala do ministro se refere à atuação de Moro e Dallagnol durante Operação Lava-Jato.
Em redes sociais, na noite dessa sexta-feira (9/6), Paulo Pimenta comentou as mensagens trocadas entre o ex-juiz federal e o ex-procurador durante a operação que foram vazadas pelo site The Intercept Brasil, em 2019, e deram origem a Operação Spoofing.
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Nessa sexta-feira, o Corregedor Nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento das provas da 'Vaza Jato' - as mensagens hackeadas.
O objetivo é usar o material em uma inspeção que a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) está fazendo na 13ª Vara Federal de Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), responsáveis pelos processos da Lava-Jato.
Moro x Dallagnol
Dallagnol e Moro são amigos de longa data. Eles atuaram juntos no âmbito da Operação Lava-Jato. O senador como juiz federal e o deputado federal como procurador, sendo coordenador da operação.
Em 2019, o site The Intercept Brasil divulgou uma série de mensagens trocadas, por meio do aplicativo Telegram, entre eles, sobre procedimentos e decisões em processos, incluindo os que levaram à condenação do presidente Lula (PT).
Recentemente, Moro e Dallagnol foram acusados de tentativa de extorsão pelo advogado Rodrigo Tacla Duran durante a Operação Lava-Jato. Duran disse que foi "alvo" da operação por não ter aceitado ser "extorquido".
De acordo com as denúncias do advogado, advogados ligados à Lava-Jato pediram a ele US$ 5 milhões para que não fosse preso no pela operação. O STF vai apurar o caso.
Além disso, o ex-deputado estadual pelo Paraná, Tony Garcia, afirmou que trabalhou em "parceria" com o Ministério Público Federal, mas teve suas contribuições arquivadas.
Segundo o ex-parlamentar, ele foi delator da Lava-Jato e pivô das denúncias que levaram à prisão o ex-governador paranaense, Beto Richa, e trabalhou em parceria com Moro para obter informações que pudessem comprometer parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT).