O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres comparecerá à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Segundo a defesa do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, a presença dele será importante para "expor a verdade". Torres foi convocado pela CPMI e deve ser ouvido na semana que vem. Ele é suspeito de ter sido conivente e omisso nos atos antidemocráticos.
A confirmação da presença do ex-secretário foi dada à CNN, na terça-feira (13/6). Na casa de Torres, a Polícia Federal encontrou uma minuta que previa a instauração de estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular o resultado das eleições presidenciais. Torres chegou a ser preso em janeiro sob acusação de omissão e teve a prisão revogada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Além de Torres, o coronel Mauro Cid, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasquez e o acusado de tentar detonar um explosivo perto do Aeroporto de Brasília, George Washington, serão ouvidos pela Comissão. Na terça-feira (20/6), o colegiado ouvirá o ex-superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques. Na quarta (21/6), será a vez George. Ainda não há uma data definida para a oitiva de Anderson Torres.
O Correio tenta contato com a defesa de Anderson Torres para saber mais informações da presença do ex-secretário na CPMI. O texto será atualizado caso exista retorno.
Veja as linhas gerais para o plano de trabalho da CPMI:
- A atuação de Anderson Torres, enquanto Ministro da Justiça e Segurança Pública, e sua relação com a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e com o seu então diretor, Silvinei Vasques, no segundo turno das eleições e diante das manifestações golpistas ocorridas nas rodovias nacionais logo após o resultado das eleições;
- A atuação de Anderson Torres, enquanto secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Os acontecimentos dos dias 12 e 24 de dezembro de 2022;
- Os acampamentos na região do Quartel-General do Exército e os atos antidemocráticos contra as sedes dos Três Poderes para identificar seus mentores, financiadores e executores;
- O planejamento e a atuação dos órgãos de segurança pública da União e do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, bem como o apagão na execução das medidas de contenção;
- As manifestações públicas e em redes sociais de agentes políticos contra o resultado das eleições;
- A relação do tenente-coronel Mauro Cid com pessoas envolvidas com o fato determinado investigado na CPMI e com eventuais conspirações golpistas;
- A atuação dos órgãos das Forças Armadas e sua relação com os acampamentos na região do Quartel-General do Exército.