O professor doutor de Direito da UnB (Universidade de Brasília) José Geraldo de Sousa Júnior criticou a visão de mundo da deputada Carol de Toni (PL-SC), depois de pronunciamento da parlamentar bolsonarista em sessão da CPI do MST.
“Eu não tenho como discutir com a deputada porque a sua visão de mundo, a sua percepção como cosmovisão, só lhe permite enxergar o que a senhora já tem escrito na sua cognição. Então o que a senhora vai ver não é o que existe, mas é o que a senhora recorta da realidade”, afirmou o pesquisador.
Segundo o professor, a realidade é recortada por um processo cognitivo de historicização. Ele exemplificou que quando Cristóvão Colombo chegou ao Brasil, os indígenas não viram as caravelas pois não havia cognição para poder representar a imagem que viam, por ser incompatível com os referenciais imagéticos que já tinham.
A deputada afirmou que o professor estava debochando da situação. “Me ofendeu com categoria acadêmica, vindo debochar da nossa cara”, disse.
O que disse Carol
Na fala rebatida pelo professor, Carol de Toni afirmou que dentro do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) uma minoria recebe titulação das terras e que em uma das visitas encontrou centros de doutrinação marxista. Além disso, afirmou que as pessoas ali vivem em situação de miserabilidade.
“Isso nos faz pensar: Que método está sendo utilizado para fazer a reforma agrária, para fazer o acesso à terra e para que essas pessoas efetivamente tenham a vocação de lidar com a terra? O que a gente percebe é que não dão liberdade para as pessoas, não dão emancipação, não dão título, escravizam as pessoas e deixam na miséria. É isso que a gente tem constatado desses movimentos”, disse a deputada.