O senador Marcos do Val (Podemos-ES) está sendo investigado por divulgar documentos sigilosos da Agência Brasileira Inteligência (ABIN). O parlamentar foi alvo de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), na tarde desta quinta-feira (15/6), após ordem expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As investigações ocorrem no âmbito dos inquéritos dos atos antidemocráticos, onde o parlamentar já teve o celular apreendido e foi considerado suspeito pela Suprema Corte, em fevereiro. A PF coleta documentos, aparelhos eletrônicos e arquivos digitais e ocorre em seu gabinete no senado e outros endereços. Poucas horas após a ação da PF, suas redes sociais foram bloqueadas.
O material sigiloso estaria sendo usado durante as reuniões da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos para atacar membros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias.
No dia 6, durante reunião do colegiado, o senador chegou a afirmar que Moraes sabia com antecedência sobre os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes e que ele estava sendo parcial na condução do inquérito. “Uma das maneiras de calar um senador é inserir no inquérito. Não há contribuição minha para tal. Se eu estou sendo investigado ele também deveria”, disse.
Já nessa quarta-feira (14/6), Do Val destacou em publicação nas redes sociais que era notório as “ações inconstitucionais de Moraes”, sendo o ministro um “traidor da pátria”. “Seguindo o que determina a constituição que cabe aos senadores, fiscalizar, afastar e até impeachmar ministros do STF. É notório em todos os meios jurídicos e entre e entre os magistrados, por todo o Brasil, as ações anticonstitucionais do ministro Alexandre de Moraes”, dizia.