Nessa sexta-feira (15/6), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), levantou o sigilo do relatório da Polícia Federal com análise do conteúdo encontrado nos celulares de Cid e de Gabriela. O militar está preso desde o início do mês passado por determinação de Moraes, no âmbito de inquérito sobre a atuação de milícias digitais.
No dia 2 de novembro de 2022, três dias após o pleito, Gabriela trocou mensagens com Ticiana Villas Bôas, filha do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.
As duas conversam sobre os protestos promovidos por apoiadores de Bolsonaro em diferentes pontos do país.
A filha de Villas Bôas comentou que o Exército brasileiro "tinha que mandar alguém falar com os cabeças dos caminhoneiros e dizer quais (sic) tem que ser a reivindicação deles". "Estão falando em intervenção federal", respondeu Gabriela. "Mas tem que ser impeachment, novas eleições com voto impresso."
Ticiana disse que isso não ocorreria, que até "segunda ordem a coisa [o processo eleitoral] foi democrática" e que as consequências do uso do artigo 142 da Constituição, que define o papel das Forças Armadas, seriam muito ruins.
E prosseguiu dizendo que os caminhoneiros tinham que parar, "sem obstruir [estradas]", insistindo que alguém teria que falar com eles, orientá-los.
"Sim! Foi o que pediu o presidente. E acho que todos que podem tem que vir para Bsb [sigla em referência a Brasília]", disse Gabriela. "Invadir Brasília como no 7 de set [setembro] e dessa vez o presidente com toda essa força agirá."