Rio de Janeiro - Às vésperas de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que decidirá se a taxa de juros Selic de 13,75% será mantida ou não, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ontem que a inflação seguirá em queda no país, contribuindo para a retomada do crescimento econômico. "Eu disse para vocês que o preço da gasolina ia baixar, que o preço do diesel ia baixar, que o preço da carne ia baixar e que o preço de quase todos os alimentos iam baixar", afirmou o presidente em evento para entrega de residências do Minha casa, minha bida em Abaetetuba (PA). "E vão baixar mais ainda, e a gente vai diminuir a inflação e isso vai gerar mais emprego. Mais emprego gera mais salário e mais salário leva mais consumo", continuou Lula, que, em outro evento em Belém, afirmou que "a inflação é a desgraça do povo pobre".
A desaceleração da inflação nos últimos meses ocorre em meio às críticas de Lula e aliados ao Banco Central pela redução nas taxas de juros, também criticada por empresários e economistas. Presente ao evento em Abaetetuba, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) chegou a chamar a autoridade monetária de "resquício bolsonarista". Com contribuições de combustíveis e desaceleração do custo dos alimentos, o IPCA de maio fechou em 0,23%. O acumulado de 12 meses ficou em 3,94%, no décimo primeiro mês consecutivo de queda em relação ao mês anterior.
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MORADIA
Em Abaetetuba, ao lado do governador Helder Barbalho (MDB), Lula entregou 222 residências do Minha casa, minha vida, que estavam com obras paradas no governo anterior, segundo o ministro das Cidades, Jader Filho. Lula prometeu retomar outras obras paradas e construir dois milhões de novas residências. Na noite de sexta-feira, o governo publicou quatro portarias com as novas regras para o programa habitacional. Nessa primeira etapa, poderão ser contratadas até 130 mil moradias em áreas urbanas. Os atos também estipulam que o valor desses imóveis, que podem ser casas ou apartamentos, vai variar de R$ 130 mil a R$ 170 mil. As portarias também apresentam condições para as unidades habitacionais, que devem ter varandas, como Lula havia prometido, pontos para ar-condicionado e espaço para bibliotecas no condomínio. (Folhapress)
Em Belém, Lula também assinou a ordem de serviço da construção do Porto Futuro 2, uma das obras anunciadas pelo governo federal para a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30). No evento, Lula defendeu a preservação da Amazônia, mas disse: “É importante saber que por aqui moram 20 milhões de seres humanos que precisam trabalhar, precisam comer, precisam ganhar salário, precisam ter dignidade". Os preparativos para a COP30 se iniciam em meio a um embate no governo sobre a exploração de petróleo na costa do Amapá, defendida pela área energética e pela Petrobras, mas rejeitada pela área ambiental e por organizações de defesa do meio ambiente.
"A COP tem um significado importante, pois não existe nada no Brasil mais falado no mundo do que a Amazônia. É muito importante cuidar da floresta, mas é muito importante cuidar do povo que vive na Amazônia", disse Lula. O presidente não fez referências a atividades econômicas específicas. Disse apenas que não é possível que "madeireiros de São Paulo ou do Rio de Janeiro" contratem motosserras para derrubar árvores com mais de 300 anos na floresta. (Folhapress)
Avaliação do governo Lula
O governo Lula é considerado ótimo ou bom por 37%, ruim ou péssimo por 27% e regular para 33%, enquanto 3% não opinaram. Os dados são da pesquisa Datafolha realizada em 112 municípios brasileiros com 2.010 eleitores. O levantamento tem dois pontos de margem de erro, para mais ou menos, e foi feito entre segunda e quarta-feira da semana passada. Em comparação com a aferição anterior, feita entre29 e 30 de março, os números variam apenas dentro da margem de erro. Aos três meses de mandato, Lula tinha aprovação de 38% e reprovação de 29%, sendo visto como regular por 30%.