Na segunda edição do programa “Conversa com o Presidente”, na manhã desta segunda-feira (19/6), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que houve uma tentativa de golpe de Estado após as eleições, coordenado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista falava de um ‘clima de ódio’ que foi criado no Brasil e no mundo.
“Já está provado que eles tentaram dar um golpe e coordenado pelo ex-presidente, que agora tenta negar. Mas quando ele perdeu as eleições ele ficou trancado dentro de casa para ficar preparando o golpe", afirmou Lula, enquanto falava da sua relação com os antigos ocupantes do Palácio do Planalto.
No domingo (18/6), o petista ligou para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para parabenizá-lo pelo aniversário de 92 anos. No sábado (17/6), Lula se encontrou com José Sarney e agradeceu por ter iniciado a construção da ferrovia Norte-Sul, concluída após mais de 35 anos.
“Eu conversava com o Sarney, conversava com o Itamar, conversava com o Collor. Agora, você tem um cidadão (Jair Bolsonaro) que não conversa com ninguém, que não quer conversar, só quer transmitir mentiras, fake news e falar bobagem, agressão contra os outros”, disse Lula.
As falas do atual presidente ocorrem no momento em que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-braço direito de Bolsonaro, se envolve em tramas golpistas. Em seu celular, periciado pela Polícia Federal, foram encontrados documentos que dariam suporte a um movimento que impediria a posse de Lula. Entre eles, estavam uma minuta que anunciaria a declaração de estado de sítio no Brasil e outro de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
A defesa do ex-presidente nega o golpismo e diz que o celular de Cid era usado para “lamentações”. "Os novos diálogos revelados pela revista Veja comprovam, mais uma vez, que o presidente Bolsonaro jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado", afirma a nota assinada pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten.
Lula ainda ressaltou que qualquer tentativa de golpe será apurada com “muita tranquilidade” e que os envolvidos terão chance de se defender. Quem tiver culpa no cartório vai pagar. Nós não vamos aturar as pessoas que tentaram dar golpe e destruir a democracia no nosso país”, concluiu Lula.