O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi ao plenário do Senado Federal nesta segunda-feira (19/6) reclamar que o Supremo Tribunal Federal (STF) bloqueou suas redes sociais em duas horas, sem deixar que ele prestasse esclarecimentos.
"Quando eu postei o relatório da Abin que estava citando que o STF e o Tribunal Superior Eleitoral sabia o que ia acontecer. (...) Meu direito de parlar foi cerceado. Eu fui calado. Não pude ter nem a oportunidade da defesa. Nem oportunidade para dizer o que aconteceu e quais seriam esses fatos", disse o político capixaba no Senado.
Do Val está sendo investigado por associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e Organização Criminosa e por divulgar documentos sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele nega ter praticado tais delitos.
Em sua fala, o parlamentar pontuou alguns trechos da decisão que bloqueou suas redes sociais. Ele afirmou que nunca fez insistentes ataques ao poder Judiciário, como consta no texto.
O político prosseguiu na leitura do documento que indicou que ele fez uso de estratégias de desinformação para fomentar atitudes antidemocráticas.
Em fevereiro deste ano, Marcos do Val alegou que Bolsonaro e o deputado Daniel Siveira realizaram um encontro, após as eleições de 2022, em que foi apresentado um plano para tentar gravar uma declaração "comprometedora" do ministro Alexandre Moraes e que poderia ser usada pelo candidato derrotado.
Dessa forma, o líder da oposição ordenaria a prisão do ministro do STF, impediria a posse de Lula e anularia as eleições. Na época, ele relatou ter pedido para analisar melhor a proposta e responder depois. Em seguida, teria relatado a reunião a Moraes.
Dias depois, o então senador afirmou ter inventado a história para tentar afastar o ministro da suprema corte da investigação contra Bolsonaro. "Não tinha golpe de Estado nem nada. Tinha falado: 'Bolsonaro, vou usar aquela reunião para fazer uma ação para te blindar porque ele quer te prender'", disse o senador a apoiadores.