Enquanto o advogado Cristiano Zanin era sabatinado por senadores, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Senado e comentou sobre os ataques às sedes dos três poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. Segundo o ex-presidente, as ações não podem ser lidas como um golpe por terem acontecido em um domingo e não ter tido o uso de armas.
“Nunca vi golpe domingo. Nunca vi golpe sem arma. Estão querendo dar ares de golpe ao 8 de janeiro. São atos de vandalismo e depredação abomináveis, ninguém concorda com isso. O próprio ministro da Defesa disse que não houve uma figura central coordenando”, afirmou Bolsonaro.
Sobre a participação do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o 8/1, Bolsonaro defendeu a ação policial no dia da votação do segundo turno da eleição presidencial. A PRF é suspeita de tentar impedir que eleitores de Lula chegassem aos locais de votação, o que beneficiaria Bolsonaro.
“Teve perguntas que não tinham nada a ver com o 8 de janeiro. O trabalho que foi feito pela PRF tinha que ser feito, que é a fiscalização legal de eleitores”, disse.
Ao conceder entrevista à imprensa, Bolsonaro acabou contrariando recomendação do PL de permanecer em silêncio até seu julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcado para esta quinta-feira (22/6). O julgamento pode deixá-lo inelegível.