O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a manutenção da taxa básica da economia (Selic) em 13,75% ao ano. Lula respondeu também às críticas que dizem que ele está "brigando" com o Banco Central (BC). O petista tem cobrado redução na Selic para estimular a atividade econômica brasileira.
"Quem está brigando hoje com o Banco Central é a sociedade brasileira. Os varejistas, os pequenos e médios empreendedores, as pessoas que precisam de crédito. É irracional o que está acontecendo no Brasil. Temos 72% de brasileiros e brasileiras com dívidas, e esse é um problema da sociedade brasileira", disse Lula.
Quem está brigando hoje com o Banco Central é a sociedade brasileira. Os varejistas, os pequenos e médios empreendedores, as pessoas que precisam de crédito. É irracional o que está acontecendo no Brasil. Temos 72% de brasileiros e brasileiras com dívidas, e esse é um problema da...
%u2014 Lula (@LulaOficial) June 22, 2023
Desde o início do mandato, Lula tem criticado fortemente a alta na taxa de juros. A expectativa do presidente e dos ministros governo era que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participasse de um esforço em conjunto para superar os problemas econômicos atuais do país.
No entanto, mesmo com a pressão do governo para reduzir a taxa de juros, o valor segue o mesmo. A taxa de juros está em 13,75% desde agosto de 2022. Este é o maior percentual desde 2016.
Para o presidente "não há razões para a taxa de juros" estar neste valor. O petista promete "continuar brigando" para que a taxa possa ser reduzida.
Manutenção na taxa de juros
Ontem (21/6), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu manter, por unanimidade, a taxa básica da economia (Selic) em 13,75% ao ano pela sétima reunião consecutiva.
No comunicado da decisão, o Copom não sinalizou quando pode começar a reduzir os juros, mas retirou o trecho em que afirmava que não hesitará em elevar os juros se for necessário, o que era esperado pelos analistas.
Contudo, afirmou, logo no início do documento que "apesar da atenuação do estresse envolvendo bancos nos EUA e na Europa, a situação segue demandando monitoramento" e voltou a afirmar que o processo de desaceleração da inflação é lento e, portanto, é preciso paciência para o início do ciclo de queda dos juros.