Na véspera do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode resultar em inelegibilidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nessa quarta-feira (21/6), que não vê "nenhum problema" na reunião que realizou com embaixadores, em julho do ano passado.
Na ocasião, sem provas, Bolsonaro atacou o processo eleitoral brasileiro. Em entrevista à CNN, o ex-chefe do Executivo afirmou que a Justiça está fazendo uma "tempestade em copo d'água".
"Qual é o problema convidar e conversar com embaixadores? Nenhum problema", declarou. "Eu não fiz isso naquele prazo de 45 dias, onde você está no período eleitoral. Outra coisa, embaixador não vota. Não foi pedido de voto pra ninguém. Eu expus como funcionam as urnas no Brasil, como funciona a Justiça Eleitoral e falei sobre um inquérito que não tinha e não tem o caráter sigiloso", destacou Bolsonaro.
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"Espero que tudo que aconteceu em 2017, aconteça em 2023, que não permitam que outras acusações componham essa ação judicial e julguem apenas pelo inicial que foi a reunião com embaixadores. E eu digo que a reunião foi tão frágil quanto a primeira, contra a chapa Dilma-Temer lá atrás", afirmou.
"Enxertaram outras acusações até 8 de janeiro para dar credibilidade e alguma materialidade a essa ação. Não tem materialidade nenhuma. Então, o que eu espero por parte dos sete integrantes é que me julguem de acordo com o que aconteceu em 2017. E assim sendo, não podemos ter outro resultado, a não ser o arquivamento dessa ação", concluiu.
Risco de inelegibilidade
Se for considerado culpado das acusações, Jair Bolsonaro pode ser declarado inelegível pelos próximos oito anos, ou seja, fica impedido de disputar qualquer cargo eletivo. A expectativa na Corte é que a discussão seja concluída ainda neste mês, antes do início do recesso no Judiciário. A sessão de hoje deve ser dedicada à leitura do relatório, e o julgamento deve se estender para os dias 27 e 29 de junho.
Durante o encontro com os embaixadores, no Palácio da Alvorada, o ex-presidente questionou a segurança do sistema eleitoral e apontou risco de fraude nas eleições, sem apresentar provas.