Jornal Estado de Minas

DIA 3 DE AGOSTO

STF: Zanin tomará posse após o recesso do Poder Judiciário

O novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovado nesta semana pelo Senado, Cristiano Zanin, tomará posse na Corte em 3 de agosto. A data, confirmada pela assessoria do Supremo, foi escolhida pela ministra Rosa Weber, em reunião que teve com o novo colega. Os dois conversaram por várias horas, ontem, no gabinete da presidente, para acertar os detalhes da cerimônia e trocar ideias sobre a rotina do STF.





A posse ocorre logo na primeira semana após o recesso do Poder Judiciário, como adiantou o Correio Braziliense. A pausa nos trabalhos de todos os tribunais do país dura todo o mês de julho. Mesmo antes de assumir o posto, Zanin começa a organizar assuntos administrativos de seu gabinete, como a montagem da equipe e a avaliação do acervo de processos deixado pelo antecessor, Ricardo Lewandowski.
 
Zanin foi aprovado pelo plenário do Senado por 58 votos a favor e 18 contra, bem acima do mínimo de 41 votos que ele precisava para ser confirmado.

O jurista, ex-advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passou por uma sabatina considerada tranquila, sem momentos de tensão. Ele encontrou um cenário favorável na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).





No Supremo, o novo ministro vai se deparar com um ambiente de elevada aprovação. Nos bastidores, ministros dizem que é grande a expectativa para a chegada de Zanin e que não há, no momento, nenhuma resistência ao nome dele. Mesmo ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro - André Mendonça e Kássio Nunes - defenderam a aprovação de Cristiano Zanin pelos parlamentares.

O novo ministro tem uma longa carreira pela frente no Supremo. Poderá ficar no cargo até 2051, quando completará 75 anos. Além de integrar o plenário principal, o novo ministro vai atuar na Primeira Turma. Como advogado, o jurista atuou ao longo de quatro anos nos processos envolvendo Lula na Lava-Jato e outras operações pelo país, como a Zelotes, que ocorreu em Brasília.
 
Mesmo não conseguindo impedir a prisão do petista, em 2018, no auge da campanha eleitoral, Zanin fez prevalecer a tese de que o presidente foi vítima de erros processuais e conseguiu anular as sentenças condenatórias da Operação Lava-Jato.

Lula chegou a ser alvo de 26 ações judiciais em diversas instâncias da Justiça Federal no Paraná, em São Paulo e em Brasília. Com sucessivos recursos, inclusive a Cortes superiores, o defensor obteve anulação de processos por ausência de provas, como no processo em que Lula foi acusado de envolvimento em esquema de pagamento de propina na tentativa de compra de caças franceses.