Jornal Estado de Minas

ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Mauro Cid terá que comparecer à CPMI após determinação de Cármen Lúcia

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, terá que comparecer à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido de habeas corpus, mas permitiu que ele permaneça em silêncio.





O tenente-coronel Jean Lawand Jr., que trocou mensagens  golpistas com Mauro Cid, também chegou a entrar com um pedido na Suprema Corte para ficar em silêncio. Cármen Lúcia determinou que os dois compareçam perante os parlamentares, mas assegurou o acompanhamento de advogados.

A oitiva de Lawand está marcada para esta terça-feira (27/6), enquanto o depoimento de Cid ainda não foi agendado pelo presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA), que chegou a defender a presença do braço-direito de Bolsonaro como investigado. Uma vez convocados, as testemunhas são obrigadas a comparecer na CPMI.

Em arquivos encontrados pela Polícia Federal no celular de Cid, o coronel Jean Lawand Junior aparece suplicando que o ex-presidente desse um golpe de Estado. "Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora”, diz o militar.

As mensagens fazem parte de um relatório de 66 páginas produzido pela Diretoria de Inteligência da Polícia Federal. Também integra o relatório um roteiro com o passo a passo para a realização de um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder com o nome "Forças Armadas como poder moderador".