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Estado de Minas ATOS GOLPISTAS

Lawand em depoimento na CPMI: 'Em nenhum momento falei sobre golpe'

Coronel que implorou por um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder afirma que mensagens eram apenas um momento de desabafo


27/06/2023 11:14 - atualizado 27/06/2023 12:02
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O coronel do exército brasileiro Jean Lawand Júnior está sendo ouvido hoje na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro. Entre outros pontos, Lawand esclareceu a troca de mensagens com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, nas quais é acusado de pedir por um golpe de Estado. “Em nenhum momento eu falei sobre golpe”

No início de junho, A Polícia Federal encontrou uma troca de mensagens entre Cid e Lawand na qual o coronel aparece suplicando que Bolsonaro desse um golpe de Estado. Ao ser questionado hoje pela senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, Lawand afirmou que se tratava de mensagens particulares e que estava tentando entender o que estava acontecendo com o Brasil. 

“A verdade é a seguinte: a minha intenção não era fazer nenhum golpe, não era quebrar instituições, não participei de nenhum movimento, não fiz associação criminosa, não fiz nada. A minha intenção foi apenas entender e buscar o melhor para o Brasil”, declarou o coronel.


Coronel Jean Lawand de terno cinza e camisa branca falando no microfone durante CPMI
Coronel Jean Lawand prestou depoimento na CPMI do 8 de janeiro nesta terça-feira (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
O depoente também disse estar arrependido de algumas das mensagens enviadas a Cld e que foi “infeliz quando disse que haveria algum tipo de quebra da hierarquia e disciplina no exército brasileiro”.

Momento de desabafo

Sobre o apelo que fez ao ex-ajudante de ordens da presidência e a afirmação de que Bolsonaro seria preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, Lawand declarou que, como tudo o que acontecia estava sendo atribuído ao ex-presidente, ele temia que, caso houvesse uma comoção popular, esta também seria atribuída a Bolsonaro.
“O meu medo era a coisa aumentar, haver uma convulsão social acontecer algum problema e aquilo também ser atribuído ao presidente da república. Por quais motivos, quanto tempo, qual seria o crime imputado, infelizmente eu não tenho conhecimento jurídico. Isso foi uma mensagem de desabafo com Cid”, afirmou.

“Função meramente burocrática”

Além disso, o coronel argumentou que ele não tinha o poder de decidir ou instaurar um golpe de Estado, afirmando ser “insignificante” para fazer qualquer coisa contra o estado de democrático de direito.

“Volto a dizer à senhora que a minha função no Estado Maior, apesar de ela ser importante para o exército brasileiro, mas a minha função era meramente burocrática, senadora. Então não tinha motivação pessoal, nem material, e não foi essa a minha intenção em nenhum momento”


Nesse ponto, a senadora Eliziane rebateu dizendo que o coronel estava a um ano e seis meses de assumir a patente de general e que o cargo que ocupava no Estado Maior tinha posição estratégica para planejar e coordenar ações institucionais. A relatora também ressalta que Lawand tinha contato direto com o ajudante de ordens do presidente da república.

“O senhor não pode minimizar uma posição sua diante de fatos concretos que estão de posse dessa comissão coronel. Quer dizer, as suas falas e os seus posicionamentos se desfazem com as informações que estão diante de nós”, afirmou Eliziane.


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