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Estado de Minas JULGAMENTO DE BOLSONARO

Relator vota pela inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro

Votação que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-candidato à vice-presidente Braga Netto será retomada na quinta-feira (29/6) com voto de Raul Araújo


27/06/2023 22:26 - atualizado 28/06/2023 11:39
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O ministro Benedito Gonçalves, relator da ação que julga a inegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por oito anos, votou nesta terça-feira (27/6) pela condenação do parlamentar por sua reunião com embaixadores estrangeiros, em julho de 2022, na qual questionou o processo eleitoral brasileiro sem apresentar provas de suas acusações.

Benedito também se posicionou contra a condenação do candidato a vice-presidente na chapa, o militar da reserva e ex-ministro da Casa Civil, Braga Netto (PL).

Bolsonaro é alvo de um processo movido pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) que o acusa de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação após encontro no Palácio da Alvorada e com transmissão da TV pública do governo federal.

Com o relógio próximo das 22h, foi anunciado que o próximo voto, do ministro Raul Araújo, ficará para a manhã desta quinta-feira (29/6). Depois dele, ainda irão votar Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques e, por fim, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Ministro Benedito Gonçelves no plenário do TSE
Ministro Benedito Gonçalves votou pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por oito anos (foto: Antonio Augusto/Secom/TSE)
Em sua argumentação, o ministro afirmou que Bolsonaro é "integral e pessoalmente responsável pela concepção intelectual" da reunião. Na época, foi apresentado a representantes estrangeiros slides que colocavam em questionamento a lisura do processo eleitoral brasileiro.

O então candidato à reeleição alegava, como prova, que as motociatas, que reuniam apoiadores dele, eram uma "prova" de que, se ele não vencesse a eleição, ela teria sido fraudada.

"Conspiracionismo, vitimização e pensamentos intrusivos foram fortemente explorados no discurso de 18/7/2022, para incutir a ideia de que as eleições de 2022 corriam grande risco de serem fraudadas", alegou o relator.
O ministro apontou que, ao tentar convencer os eleitores e governos estrangeiros de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse ser eleito de forma fraudulenta, Bolsonaro teve ganho político ao se observar a disseminação desse tipo de conteúdo nas redes sociais.

Na última quinta-feira (22/6), o advogado do PDT Walber Agra afirmou que as ações do ex-presidente representam ataques ao sistema eleitoral e à democracia, ao tentar demoralizar instituições.

Ele também citou a minuta do golpe, documento encontrado pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em janeiro deste ano, que planejava a declaração de um estado de sítio visando impedir a posse de Lula.

A defesa de Bolsonaro, realizada por Tarcísio Vieira de Carvalho, negou que o ex-presidente tenha tentado dar um golpe, pois, quem "vai praticar um golpe, vai perder tempo em desacreditar a Justiça Eleitoral e disputar as eleições?".

Tarcísio também pediu para que a minuta do golpe não fosse incluída como prova no julgamento contra o ex-presidente. Benedito Gonçalves foi contra e incluiu o documento como prova a ser apreciada. 


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