A votação será retomada nesta quinta-feira (29/6) para seguir com a votação dos demais ministros.
O vídeo é uma reação ao voto, na noite de ontem, do ministro Benedito Gonçalves, favorável à inelegibilidade do ex-presidente. Na publicação, Bolsonaro recupera um vídeo de fevereiro de 2022 que mostra Carlos Lupi dizendo que, desde o surgimento da urna eletrônica, há 25 anos, Leonel de Moura Brizola, antigo líder do PDT, já defendia a impressão do voto. “Sem a impressão do voto não há possibilidade de recontagem. Sem recontagem, a fraude impera”, finaliza Lupi.
Acusações contra Bolsonaro
O julgamento no TSE que pode tornar Bolsonaro inelegível por oito anos analisa as falas do ex-presidente durante uma reunião com embaixadores em julho de 2022. Na ocasião, a menos de três meses do primeiro turno, Bolsonaro buscou desacreditar o processo eleitoral brasileiro e os ministros do TSE com informações falsas.
Segundo Bolsonaro, o próprio Tribunal teria dito que os resultados de 2018 podem ter sido alterados e que as eleições de 2022 não poderiam ocorrer “sob o manto da desconfiança”. Ele também afirmou que o sistema é completamente vulnerável, afirmação distorcida que ele creditou ao TSE e à Polícia Federal.
O ex-presidente usou informações falsas para afirmar que a contagem de votos não é feita pelo TSE. Entretanto, a totalização dos resultados é realizada pela corte, assim como o desenvolvimento do sistema de totalização. A empresa Oracle é contratada para fornecer o servidor, que fica fisicamente no TSE, e o sistema de gerenciamento de bancos de dados, que é administrado pela equipe do tribunal.
"Estamos lutando para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro", disse Bolsonaro na reunião.
Voto impresso
Uma das soluções defendidas por Bolsonaro para tornar as eleições mais transparentes seria a implementação do voto impresso. Dessa forma, assim que o eleitor desse seu voto na urna eletrônica, seria impresso uma espécie de comprovante de votação com o nome do candidato escolhido, que seria depositada em uma urna física. Posteriormente a contagem de votos impressa seria comparada à contagem das urnas para verificação.
Entretanto, além de nunca ter sido provada algum tipo de fraude nas urnas eletrônicas, a volta do voto impresso tornaria a contagem ineficiente e passível de fraude, levando muito mais tempo para ser realizada.
Além disso, nas últimas eleições houve grande incidência de abuso eleitoral, em grande parte por empresas que tentam forçar seus funcionários a votar em determinado candidato sob coerção e ameaças.
Somente entre 3 e 20 de outubro de 2022 a seccional estadual de Minas Gerais do Ministério Público do Trabalho (MPT) havia recebido 247 queixas desse tipo, envolvendo 215 empresas. Segundo o ministério, em todo o Brasil o assédio eleitoral no segundo turno já motivou 903 reclamações oficiais no mesmo período.
A implementação do voto impresso facilitaria com que o abuso eleitoral se fortalecesse, com as empresas podendo cobrar o comprovante de votação. Isso comprometeria o sigilo do voto e a liberdade de cada eleitor.