O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira (29/6) que Cuba e Venezuela são "bons pagadores" e que vão pagar a dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo o petista, os países só deixaram de quitar o financiamento porque os governos passados romperam as relações diplomáticas.
Lula disse ainda ter conversado pessoalmente com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e cobrado o valor devido, recebendo uma resposta positiva. Sobre as críticas em relação aos empréstimos concedidos pelo Brasil a outros países, o chefe do Executivo argumentou que os financiamentos trazem lucro e que são voltados aos empresários brasileiros que realizam obras no exterior, e não às nações.
"Conversei com o Maduro. Falei que é preciso começar a acertar o pagamento da dívida, e ele vai acertar. E Cuba vai acertar porque são todos bons pagadores", afirmou Lula durante entrevista ao vivo à Rádio Gaúcha nesta manhã. "É verdade que a Venezuela não pagou. Mas o governo brasileiro fechou as portas. Foram quatro anos sem relação", explicou ainda.
Gasoduto na Argentina
Cuba e Venezuela emprestaram, ao todo, R$ 2,1 bilhões do BNDES durante os últimos governos petistas. A dívida ainda não foi integralmente paga. Lula argumentou, porém, que, dos R$ 10 bilhões emprestados para 15 países pelo BNDES no passado, já houve um retorno de R$ 12 bilhões para os cofres públicos.
O presidente também foi questionado sobre o financiamento à obra de um gasoduto que ligará a Argentina ao Brasil, anunciado pelo governo federal. O empréstimo vem recebendo críticas em razão da situação financeira do país vizinho, que vive uma crise econômica, e também por ir contra às medidas de proteção ambiental defendidas pelo petista.
Lula, por sua vez, defendeu que todos os grandes países realizam investimentos externos. "Nós precisamos pensar grande. Veja o que estão fazendo a China, a Índia, a Turquia, colocando dinheiro em todos os continentes. Não podemos deixar que a China faça um swap de US$ 30 bilhões para a Argentina, para que ela compre os produtos chineses, e o Brasil, que tinha uma balança comercial de US$ 40 bilhões com a Argentina, não coloque nada e deixe os produtos brasileiros na prateleira", enfatizou.