Jornal Estado de Minas

JULGAMENTO NO TSE

Bolsonaro alfineta Moraes antes de voto e fala em 'Deus tocar seu coração'

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (29/6) que ainda espera ter uma reviravolta no julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre sua inelegibilidade. Em conversa com jornalistas, no Rio de Janeiro, o ex-mandatário deu alfinetada no presidente da corte, Alexandre de Moraes.





"Quem sabe o Alexandre de Moraes tenha um momento de Deus tocar o coração dele?", disse Bolsonaro, ao responder sobre suas expectativas a respeito do julgamento. Ele completou: "Até o momento não tocou em momento nenhum".


O julgamento de Bolsonaro será retomado na sexta-feira (30/6), após ter a sessão suspensa no início desta tarde. Três ministros já votaram a favor de que o ex-presidente perca seus direitos políticos. Apenas Raul Araújo se posicionou contrário à condenação.

 

 


Moraes é um dos três magistrados que ainda precisa votar, com os ministros Cármen Lúcia e Kassio Nunes Marques --este último, indicado por Bolsonaro. Com um placar de 3 votos a 1, falta apenas mais um voto para ter maioria pela inelegibilidade.





Questionado sobre o cenário, Bolsonaro afirmou: "não acabou o jogo ainda, vamos esperar".


O ex-mandatário passou a tarde na casa do filho Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador pelo Rio de Janeiro, no condomínio Vivendas da Barra, zona oeste da cidade. O ex-presidente afirmou que não assistiu ao julgamento e apenas viu o resumo de alguns votos.


"Eu vi o resumo de alguns votos. Um deles falou que eu interferi no resultado das eleições. Se eu interferir, eu tinha que ter ganho, né? Qual a interferência que eu tive na reunião com embaixadores? Pelo amor de Deus. Um presidente que reúne embaixadores pra falar sobre sistema eleitoral. Isso é um crime capital?"

 

 


 

'Injustiçado'

 


Bolsonaro disse se sentir injustiçado com o julgamento e que não quer se tornar inelegível. O ex-presidente afirmou que pretende concorrer a cargos públicos no futuro, se não ficar inelegível. Uma das possibilidades, segundo ele, seria disputar uma vaga ao Senado.


"Não gostaria de deixar de ser elegível, nem que venha ser vereador no Rio de Janeiro. Já conversei com meu filho, não quero pegar a vaga dele, não. Eu quero é participar", disse Bolsonaro, que completou: "Posso no futuro, caso seja elegível, disputar ao Senado, com muita chance de ir para aquela Casa. Agora, um cartão vermelho porque reuni os embaixadores? Qual a acusação? Abuso de poder político? Pensei que fosse econômico".