O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que governos de esquerda são preferíveis a governos de direita, mesmo com equivocos. A fala ocorreu durante a abertura do 26º Encontro do Foro de São Paulo, em Brasília, nesta quinta-feira (29/6).
"É muito melhor ter um companheiro da gente (esquerda) cometendo alguns equívocos para a gente criticar do que ter alguém da direta governando que não permite sequer que a gente tenha espaço para fazer crítica", afirmou Lula.
"Nós não ficamos ofendidos. Nós ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazista, de neofascista, de terrorista, mas de comunista, socialista, nunca", disse.
Sem mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula disse que a direita tem mais facilidade com o discurso facista e que a direita historicamente enfrenta o discurso do costume, da família e do patriotismo.
Foro de São Paulo
O 26º Encontro do Foro de São Paulo reuniu hoje 150 delegações da América Latina e Caribe, e contou com convidados da Europa, Estados Unidos, China e África. Este é o primeiro encontro presencial em três anos, devido a pandemia de Covid-19.
Durante seu discurso, Lula exaltou o Foro, criado por ele e pelo ex-presidente de Cuba Fidel Castro em 1990, como uma organização de partidos de esquerda da América Latina. O objetivo principal é a defesa da democracia, da integração e da soberania dos países latino-americanos, além do combate ao imperialismo e ao neoliberalismo.
"O Foro de São Paulo foi a primeira experiência latino-americana em que a esquerda resolveu se juntar sem precisar tirar suas diferenças nem tampouco acabar com as divergências, mas resolver discutir, do ponto de vista da organização democrática, disputar os espaços políticos", disse o presidente.