O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concluiu o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) votando pela inelegibilidade e formando o placar de 5x2, nesta sexta-feira (30/6).
O ministro, considerado por bolsonaristas como um algoz do ex-presidente, afirmou que Bolsonaro promoveu um "degradante populismo renascido das chamas dos discursos de ódio". O magistrado ainda questionou os reais interesses da reunião com embaixadores, onde o antigo mandatário proferiu uma série de ataques à Justiça Eleitoral.
“O desvio de finalidade é patente, a reunião começa com uma autopromoção, de que ele foi militar, de que gastou tanto na campanha, que ficou 15 anos no exército, que junta multidões. Qual o interesse das relações internacionais nisso? Depois parte para divulgação de mentiras, notícias absolutamente fraudulentas”, disse.
Alexandre de Moraes lembrou das falas de Bolsonaro na reunião, principalmente de uma suposta denúncia de que as eleições de 2014 foram fraudadas por hackers e de conhecimento do TSE. “Mentira! Todos sabemos, primeiro, que as urnas são offline e não online. Tudo querendo insinuar fraude”, continuou.
Moraes continuou ressaltando uma série de “mentiras” proferidas por Bolsonaro, incluindo sobre os códigos fontes do TSE.
“Encadeamento de mentiras, notícias fraudulentas. (...) Uma série de informações mentirosas, com qual objetivo? O objetivo é simplesmente desopilar? Uma produção cinematográfica com a TV Brasil para imediatamente em tempo real até as eleições, as redes sociais bombardearem os eleitores com essa desinformação, com sentido de angariar mais votos, mais eleitores”, disse.
Moraes afirmou que a justiça se preparou contra as fake news e milícias digitais que tentam desequilibrar as eleições. “Não podemos confundir a neutralidade da justiça, o que tradicionalmente configura com a frase 'a justiça é cega. A justiça não é tola”, afirma.