Jornal Estado de Minas

ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Mauro Cid diz à PF que não acreditava em golpe de estado

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, quebrou o silêncio em um novo depoimento à Polícia Federal (PF) na sexta-feira (30/6). Apesar de ter falado com os investigadores, o militar afirmou que não acreditava em um golpe de estado, mesmo com as mensagens e documentos encontrados em seu celular indicando o contrário. A informação é dos jornalistas Márcio Falcão e Isabela Camargo, para a TV Globo.





O militar está preso desde 3 de maio, quando a PF realizou uma operação da investigação que apura um esquema de fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro, de Cid e seus familiares. Ele também é investigado no inquérito das joias sauditas e dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro.

Enquanto Bolsonaro tinha o destino político decidido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que declarou sua inelegibilidade por oito anos, o braço direito do ex-presidente prestou depoimento por quatro horas. As respostas serão enviadas pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas os advogados só vão se manifestar nos autos do processo sigiloso.

A PF avalia que a atuação de Cid foi, possivelmente, um elemento que contribuiu para os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes. No celular do militar já foram encontrados documentos para a declaração de um estado de sítio e Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Ele também conversava com outros militares sobre a possibilidade de um golpe.

Mauro Cid também tem depoimento marcado para a próxima terça-feira (4/7) na CPMI do 8 de janeiro, na Câmara dos Deputados. O investigado tem o direito de ficar em silêncio garantido pela ministra do STF, Cármen Lúcia.