O governador Romeu Zema (Novo) disse que a Reforma Tributária, que está prevista para ser votada na Câmara dos Deputados nesta semana, é "fundamental" para o país, mas é preciso ter "cuidado com o texto proposto". Para ele, a proposta pode trazer uma "economia mais dinâmica", no entanto, acredita que o texto atual está ferindo o "pacto federativo".
"O Brasil é um país que tem crescido menos do que o mundo, e a Reforma Tributária é fundamental para o Brasil ter uma economia mais dinâmica. O que nós não podemos é ferir o pacto federativo, e essa reforma está ferindo. Alguns municípios vão perder arrecadação, vão perder autonomia e estados idem. Eu não quero amanhã, como governador de Minas, ter de ir a Brasília pleitear recursos que hoje caem no meu caixa naturalmente", declarou Zema.
O governador mineiro participa, em Brasília, nesta quarta-feira (4/7), de um encontro com governadores e parlamentares para discutir o texto da reforma tributária. Zema destaca que irá propor alterações no texto.
Para Zema, o tratamento entre os estados deve ser proporcional às suas respectivas populações. "A reforma está criando um conselho tributário aonde cada estado tem um voto, e nós temos estados que são muito diferentes. Nós não queremos estados do Sul e Sudeste, que são só sete votos em um conselho de 27, mas que representamos mais da metade dos brasileiros, amanhã seremos prejudicados. Termos aprovação de regulação que tornem as nossas economias que são as mais dinâmicas menos competitivas, que tirem recursos de nós", pontua.
Zema também alega que a criação de fundos regionais de desenvolvimento exclui o Sul e Sudeste. "Nós governadores já falamos que queremos tratamento equitativo. E se tiver um conselho, nós queremos que seja ponderado o peso de cada um. Um estado que tem uma população muito maior precisa ter mais votos".
Zema ainda diz que o texto da reforma está sendo discutida "numa velocidade gigantesca". No entanto, apesar da crítica do governador, o Grupo de Trabalho da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados vêm discutindo a proposta desde o início desta legislatura.
"Por que isso não foi construído nos últimos seis meses, último ano, foi construído nos últimos dez dias. Se alguém chega e diz 'assina isso aqui' e nem dá tempo de você ler e analisar, parece que não está cheirando muito bem", criticou. "Queremos a reforma tributária, mas não a que está desenhada".