O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) defendeu o pastor André Valadão, que proferiu falas LGBTfóbicas em live da Igreja da Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos. Em sessão plenária realizada nessa segunda-feira (3/7), o parlamentar argumentou que "combater o pecado não quer dizer incitação ao ódio“.
No último domingo (2/7) Valadão incitou fiéis a matar a população LGBTQIA+. “Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”, disse Valadão. “Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”. O pastor retoma a frase, se dirigindo aos fiéis: “não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós”.
A deputada federal Erika Hilton acionou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), nessa segunda. O órgão abriu um inquérito contra Valadão. No plenário da Câmara, os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) criticaram a fala do pastor.
"Existem líderes religiosos, infelizmente, pastores, que têm sangue nas mãos. Suas palavras estimulam violência e uma violência direcionada contra LGBTQIA . Para não ficar só na teologia e na religião, o Direito Penal, aponta que existem paixões e palavras que estimulam atitudes criminosas. De modo que essas paixões e essas palavras, em si, constituem um tipo de crime", afirmou Vieira.
Nikolas defende Valadão e diz que combater o pecado não é incitação ao ódio
(foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Em seguida, Nikolas respondeu a Vieira, debochando de sua fala e o chamando de “pastor da Shopee”. O parlamentar ainda relacionou o comunismo à perseguição da comunidade LGBTQIAPN citando o ex-mandatário de Cuba, Fidel Castro, e defendeu que “homossexualidade é pecado”.
"Eu nasci para ver comunista ensinar cristão a como ler a Bíblia. Pessoas que não tem comunhão e intimidade nenhuma com Deus. Tive que ouvir um pastor da Shopee e sua igreja invisível dizer que o pastor André Valadão queria matar homossexuais. Para de inventar isso. Pelo contrário, sabe quem matava homossexuais? O Fidel Castro, que falou para a Folha de S. Paulo que matava e perseguia homossexuais em Cuba. Estão querendo dizer que em uma ministração tirada do contexto o pastor queria matar homossexuais?", questionou Nikolas.
