"O Instrumento Adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente", discursou Lula durante a abertura da Cúpula.
"É inadmissível abrir mão do poder de compra do Estado, um dos poucos instrumentos de política industrial que nos resta. Não temos interesse em acordos que nos condenem ao eterno papel de exportadores de matéria primas, minérios e petróleo", acrescentou ainda o presidente. O bloco europeu vem fazendo duras exigências ambientais para o fechamento de acordo, incluindo sanções para os países sul-americanos em caso de descumprimento.
Agenda externa "ambiciosa"
O Brasil recebe hoje a presidência Pro Tempore do Mercosul, ocupada pela Argentina nos últimos seis meses. Lula disse que, à frente do bloco, irá revisar e expandir acordos feitos com o Canadá, Coreia do Sul e Singapura, além de buscar novos tratos com China, Indonésia, Vietnã e com países da América Central e Caribe. Segundo o presidente, o bloco terá uma "agenda externa ambiciosa".
Lula também voltou a criticar o protecionismo no mercado internacional, e defendeu que trabalhará junto a bancos nacionais e regionais do Mercosul para mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento. "Com a companheira Dilma Rousseff à frente do Banco dos Brics, novos horizontes se abrem para o Mercosul reduzir as assimetrias dos seus membros", frisou ainda o presidente brasileiro.
O Brasil ficará à frente do bloco econômico até o final de 2023.
O Brasil ficará à frente do bloco econômico até o final de 2023.